Recentemente, surgiram indícios de que a Netflix possa estar prestes a disputar pela Warner Bros. Discovery (WBD). Após a fusão da Paramount e da Skydance, anunciada oficialmente em agosto, muitos acreditavam que esse grupo ampliado liderado por David Ellison seria o candidato mais forte para adquirir a WBD inteira — redes a cabo, estúdio, catálogo e streaming. No entanto, notícias recentes apontam que a Netflix pode estar interessada em uma versão mais enxuta do negócio: principalmente o estúdio e a parte de streaming.
Contexto: Paramount-Skydance vs. Netflix
A Paramount-Skydance já consolidou sua fusão. O grupo parece disposto a oferecer pelo conjunto completo da WBD — incluindo redes de televisão a cabo, canais por assinatura, ativos tradicionais, além de estúdio e streaming.
A Netflix, por sua vez, possui poder de fogo financeiro e influência global, mas sua proposta relatada até agora indica interesse restrito ao estúdio e ao streaming, excluindo possivelmente as redes a cabo ou canais lineares da Discovery/Warner.
Evidências que aumentam a especulação
Ted Sarandos, CEO da Netflix, esteve presente na luta Crawford-Álvarez em Las Vegas, ao lado de David Zaslav, chefe da WBD, o que levanta suspeitas de conversas estratégicas em andamento.
A imprensa especializada, como o Puck News, já apontou que Zaslav não tem certeza de que receberá a proposta ideal se Ellison realmente avançar com uma oferta total.
Outro ponto relevante é a dívida significativa da WBD. O preço de mercado para uma aquisição completa é considerado astronômico, o que abre espaço para que compradores como a Netflix tentem negociar apenas partes do negócio.
Implicações desta possível aquisição parcial pela Netflix
Caso a Netflix realmente compre o estúdio e o streaming da WBD, algumas consequências imediatas são prováveis. O catálogo da Warner Bros. e Discovery passaria a reforçar o acervo da Netflix, aumentando sua competitividade frente a Disney+, Prime Video e outros players.
Também poderia haver pressão para rever a estratégia de lançamentos. A Netflix tem sido criticada por dar pouco espaço a estreias prolongadas nos cinemas, mas com o catálogo da WBD isso talvez mudasse.
Enquanto isso, os canais lineares e ativos tradicionais poderiam ser desmembrados, vendidos a terceiros ou mantidos por outra divisão da própria WBD.
Desafios e riscos do negócio
Uma operação desse porte enfrentaria barreiras regulatórias e análises antitruste, já que concentraria ainda mais poder nas mãos de uma gigante do streaming.
Outro desafio é definir o valor justo para “estúdio + streaming”, sem incluir as redes a cabo. Isso envolve contratos vigentes, licenciamento internacional e dívidas herdadas.
A integração operacional também exigiria grandes esforços, desde contratos trabalhistas até infraestrutura de produção. Além disso, haveria a expectativa de público e crítica quanto ao uso do catálogo e a forma de exibição das produções.
Cenário provável e próximos passos
A Netflix pode avançar com uma proposta formal parcial, mas dependerá da disposição de Zaslav em dividir os ativos. A Paramount-Skydance, com oferta mais ampla, segue como principal rival.
É possível que a WBD opte por separar estúdio e streaming das redes lineares para facilitar negociações e elevar o valor de mercado. O próximo passo será observar comunicados oficiais, movimentações financeiras e posicionamentos públicos dos executivos envolvidos.