A contagem regressiva começou. Faltam oito semanas para o anúncio dos indicados ao Oscar, porém outra novela acontece nos bastidores. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas procura um novo lar para a cerimônia a partir de 2029, e a Netflix já não faz mais parte das negociações.
Embora a plataforma de streaming tenha “testado o terreno” no meio do ano, uma fonte ouvida pela Variety foi categórica. O suposto novo controlador da Warner Bros. não integra mais as conversas. O recuo veio logo após a revelação de um plano bilionário da Netflix para adquirir o estúdio, iniciativa que dividiu Hollywood e gerou reação pública da Writers Guild of America.
O contrato atual ainda vale, mas a corrida já começou
Hoje, a cerimônia permanece com a ABC até 2028. Esse acordo garante a transmissão do centenário do Oscar, que marcará 100 edições do evento. Mesmo assim, a Academia conversa com possíveis parceiros há de cinco a dez anos. Ou seja, o tabuleiro já estava montado antes do recente vaivém da Netflix.
Durante essas conversas, dois nomes ganharam tração: Netflix e YouTube. Porém, com a saída do streamer das tratativas, o cenário mudou. O jogo ficou mais aberto — e mais competitivo.
NBCUniversal avança após ano de vitrine impecável
A NBCUniversal largou na frente graças a um 2024 de vitrine exemplar. A emissora acertou em cheio com a cobertura das Olimpíadas de Paris e turbinou a audiência com o desfile da Macy’s no Dia de Ação de Graças, que alcançou 43,3 milhões de espectadores. Esses números pesam na balança quando se fala de um evento que depende de alcance e estabilidade.
Além disso, a história favorece a NBC. Ela transmitiu a cerimônia em 1953, depois cedeu espaço para a ABC nos anos 60 e retomou o evento entre 1971 e 1975. Logo, existe memória institucional — e músculo operacional.
YouTube segue no páreo pela força do on-demand
Enquanto isso, o YouTube mantém posição ativa. Uma fonte da Variety aponta um dado crucial: a plataforma fatura e engaja mais com clipes e discursos de cerimônias passadas do que os próprios parceiros de TV conseguem com a transmissão ao vivo. Em termos de alcance global e vida útil do conteúdo, o argumento é poderoso.
O preço do glamour: quanto custa exibir o Oscar
Por fim, o dinheiro também define os rumos. Três fontes independentes estimam que a ABC desembolsa cerca de US$ 120 milhões por ano para exibir o Oscar. Portanto, qualquer novo acordo precisará justificar esse patamar — seja por audiência linear, seja por monetização digital.
O que esperar agora
A tendência aponta para uma disputa entre o modelo clássico de TV e a lógica nativa do streaming/vídeo sob demanda. Enquanto a NBCUniversal oferece previsibilidade e audiência imediata, o YouTube vende escala e longevidade digital. Já a Netflix, por ora, fica de fora do ringue.
Fonte: Variety



