Quando Tubarão chegou aos cinemas em 20 de junho de 1975, poucos imaginavam que aquele thriller sobre um enorme tubarão-branco mudaria os rumos de Hollywood. Com direção de Steven Spielberg, o filme não apenas elevou o suspense a outro patamar, como também criou o conceito moderno de blockbuster de verão.
Uma produção turbulenta, mas histórica
Baseado no livro homônimo de Peter Benchley, publicado em 1974, o filme foi produzido pela Universal Pictures, com um orçamento inicial estimado em US$ 4 milhões. No entanto, problemas técnicos com os animatrônicos, mudanças climáticas e atrasos constantes fizeram o custo final subir para cerca de US$ 9 milhões. Mesmo com os percalços, Spielberg, então com apenas 27 anos, conduziu o projeto com soluções criativas. Uma delas foi a decisão de mostrar o tubarão o mínimo possível, o que aumentou o suspense e virou assinatura estética do longa.
Elenco e atuações marcantes
O trio principal é formado por Roy Scheider (chefe de polícia Martin Brody), Richard Dreyfuss (o oceanógrafo Matt Hooper) e Robert Shaw (o caçador de tubarões Quint). As tensões entre Shaw e Dreyfuss nos bastidores chegaram a ameaçar o clima das filmagens, mas Spielberg soube usar essa rivalidade a favor do enredo. O resultado é um embate carregado de tensão, tanto nas falas quanto nos silêncios.
Sucesso estrondoso nas bilheteiras
Tubarão foi o primeiro filme da história a arrecadar mais de US$ 100 milhões nas bilheteiras dos Estados Unidos, encerrando sua exibição com mais de US$ 470 milhões mundialmente. Até hoje, ajustado pela inflação, está entre os filmes de maior bilheteira de todos os tempos. Esse desempenho consolidou Spielberg como um nome promissor e abriu as portas para produções como Star Wars e Indiana Jones.
Trilha sonora e impacto cultural
Outro elemento essencial foi a trilha sonora de John Williams, cuja composição minimalista baseada em duas notas se tornou um ícone do terror psicológico. O tema de Tubarão é imediatamente reconhecível e é considerado um dos mais influentes da história do cinema. Williams, inclusive, levou o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original.
Além disso, o longa venceu outros dois Oscars: Melhor Montagem e Melhor Som. Foi também indicado à categoria de Melhor Filme, feito raro para um thriller com elementos de terror.
Legado duradouro
O impacto de Tubarão se estende por décadas. O filme moldou a forma como os estúdios planejam grandes lançamentos, com foco em verão, marketing massivo e distribuição nacional ampla desde o primeiro dia. Também gerou sequências, nenhuma com o mesmo sucesso, e influenciou incontáveis obras que tentaram replicar sua fórmula de suspense crescente e ameaça invisível.
Em 2001, Tubarão foi incluído no Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos EUA, por sua importância histórica, cultural e estética.
Conclusão
Com meio século de existência, Tubarão segue como um marco incontestável do cinema. Seu lançamento em 1975 redefiniu estratégias de mercado, técnicas de direção e até o uso da trilha sonora no suspense. O aniversário de 50 anos em 2025 não celebra apenas um filme, mas sim o nascimento de uma nova era no entretenimento global.