Depois do enorme sucesso de Oppenheimer (2023), que rendeu a Christopher Nolan os Oscars de Melhor Filme e Melhor Diretor, o cineasta iniciou imediatamente a preparação de seu próximo trabalho. Em outubro de 2024, a Universal Pictures confirmou que voltaria a colaborar com ele, firmando diretamente a produção sem o processo de leilão que marcou Oppenheimer. O projeto foi desenvolvido novamente pela Syncopy, produtora de Nolan e de sua esposa Emma Thomas.
Nesse mesmo período, especulações surgiram de que Nolan poderia estar adaptando a série britânica The Prisoner (1967–68), mas a informação foi logo desmentida. Pouco tempo depois, veio a revelação oficial: o novo filme seria A Odisseia, inspirado no clássico poema grego de Homero. O estúdio descreveu a obra como um “épico de ação mitológica”, com filmagens ao redor do mundo e orçamento estimado em 250 milhões de dólares — o mais alto da carreira do diretor.
Curiosamente, Nolan já havia considerado adaptar o universo homérico antes, quando foi cogitado para dirigir Troia (2004), mas acabou escolhendo trabalhar em Batman Begins (2005).
Elenco estrelado
O elenco reúne alguns dos principais nomes de Hollywood. Matt Damon, colaborador de Nolan em Oppenheimer e Interestelar (2014), interpreta Odisseu. A confirmação veio em fevereiro de 2025 com a divulgação da primeira imagem oficial do personagem. Ao seu lado, Tom Holland vive Telêmaco, o filho do herói.
Outros rostos conhecidos da filmografia de Nolan retornam: Anne Hathaway (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Interestelar), Robert Pattinson (Tenet), além de Zendaya, Lupita Nyong’o e Charlize Theron, que interpreta a feiticeira Circe. A lista de reforços também inclui nomes como Jon Bernthal, Mia Goth, John Leguizamo, Samantha Morton, Elliot Page, Benny Safdie, Himesh Patel e muitos outros, consolidando um dos maiores elencos da carreira do diretor.



Filmagens globais
As gravações começaram em fevereiro de 2025 no vilarejo de Aït Benhaddou, em Ouarzazate, no Marrocos, recriando os cenários da cidade de Troia. Outras cidades marroquinas, como Essaouira e Marrakesh, também receberam parte da produção.
Na Grécia, a equipe filmou entre março e abril em locais icônicos como o Castelo de Methoni, a praia de Yialova, a Caverna de Nestor e até sítios arqueológicos em Corinto. Essas locações foram usadas para sequências envolvendo o Ciclope Polifemo. O governo grego apoiou a produção por meio de incentivos fiscais.
Em seguida, o filme passou por Sicília e pelas Ilhas Eólias, na Itália, para registrar paisagens que serviram de base para a ilha de Éolo. Mais tarde, as câmeras seguiram para Los Angeles, Escócia e Islândia, capturando cenários grandiosos que complementam a jornada de Odisseu.
Uma das filmagens mais polêmicas ocorreu em Dakhla, no Saara Ocidental, território ocupado pelo Marrocos desde 1975. O episódio gerou críticas de organizações de direitos humanos, que acusaram a produção de “legitimar o colonialismo”. Apesar das contestações, o trabalho na região foi concluído e a produção não comentou oficialmente.
As filmagens terminaram oficialmente em 8 de agosto de 2025, após 164 dias.
Equipe técnica
Nolan volta a trabalhar com Hoyte van Hoytema, diretor de fotografia responsável por Dunkirk, Tenet e Oppenheimer. O projeto ainda marca um marco técnico: é o primeiro blockbuster filmado inteiramente com câmeras IMAX de 70 mm em uma versão mais leve e silenciosa.
A figurinista Ellen Mirojnick e o compositor Ludwig Göransson, vencedores do Oscar por Oppenheimer, também retornam para esta produção. A primeira imagem divulgada, mostrando Damon como Odisseu, gerou debates entre especialistas por não ser historicamente fiel ao período descrito por Homero. Mesmo assim, a expectativa para a trilha sonora e o design visual permanece alta.

‘A Odisseia‘ estreia nos cinemas brasileiros em 16 de julho de 2026.
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